Estamos a referir à festa que decorreu na sede do Sport Club Angrense com o seu salão de festas totalmente repleta de sócios, amigos e familiares que foi deveras pequeno para acomodar tanta gente que ali compareceu para festejar uma das tradições mais populares das gentes oriundas dos Açores, a "Matança de Porco". Jantar composto, como é óbvio, de culinária regional quase tudo de derivados da carne do porco abatido onde sobressaía a alcatra, os torresmos, morcelas, linguiças, rojões, febras, fígado, fressura e a feijoada com carne mais os inhames, batata doce e da terra e o pão de milho que deliciou o palato mais apurado de quem já provou, ou não, deste tipo de culinária bem à maneira daquela região Atlântica.
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Esta festa realizou-se no passado sábado, dia 10 do corrente, e foi, pelo que presenciamos, uma noite de alegria não só pelo convívio e boa música para ajudar a degustar tão deliciosos petiscos que nos habituamos quando eramos ainda crianças lá nas nossas terras que serviram de berço até ao momento de emigrar deixando estas nossas tradições seculares para trás. No entanto isto não é, no sentido da palavra, verdadeiro, pois todos os anos estas festas tradicionais são por cá, por estas terras de acolhimento, o Canadá, transplantadas, dizemos, parecendo, tal e qual, como se estivéssemos ainda naqueles “velhos” tempos. E assim, durante esta festa, passamos tempos observando a alegria contagiosa de novos e menos novos no participar nestes momentos de cultura, sim porque a gastronomia é cultura, e nas danças e durante as arrematações de objectos ofertados por benfeitores e amigos deste popular clube da nossa comunidade com raízes na cidade de Angra do Heroísmo.
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O entretenimento não ficou só por aqui pois teve a participação de duas estrelas do mundo folclórico da Ilha Terceira (Grupo Folclórico das doze Ribeiras) que interpretaram modas regionais), Isabel Fagundes e Davide Reis, que vieram até Toronto integrados na caravana de divulgação das festas de Angra do Heroísmo por todos nós conhecidas por Sanjoaninas e que este ano se realizam no próximo mês de Junho entre os dias 21 e 29.
O presidente da Comissão de Festas das Sanjoaninas, Ricardo Matias, que acompanhava e liderava esta representação, deu a conhecer o vasto programa do calendário festivo que destas festas sob a temática "Mar de Emoções" e que irão entrar, pela primeira vez, num projecto piloto, ou único, de envolvimento activo das comunidades dos Estados Unidos, Canadá e Brasil. Sobre o mote atrás referido - Mar de Emoções - é uma referência aos sentimentos provocados pelo património, gastronomia, paisagem e das festividades culturais da Ilha Terceira. Também focou já haver acordo com uma companhia transportadora aérea, que cremos ser a SATA, e com a industria hoteleira local, tudo na mira de facilitar o turismo e dos que projectam assistir às festas daquela ilha virem a ser abrangidos com tarifas mais moderadas do habitual havendo inclusive pacotes para aqueles que tenham já decidido aparecer nesta época festiva com os aviões a escalar directamente a Terceira.
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O presidente das Sanjoaninas 2013, Ricardo Matias, na sua alocução na divulgação do programa da maior festa não religiosa da Região dos Açores
Gostámos. Foi uma noite maravilhosa, de alegria, boa música, com óptimo espectáculo e principalmente pela prova dos deliciosos petiscos regionais de matança de porco.
Pensamos que haverá muito pouca gente que resista a dizer não a todos aqueles pitéus que enchem as mesas. E aí, após o palato testar, é que nunca mais se poderá dizer que não no degustar de tão deliciosas refeições seculares cujos temperos (cada região difere ligeiramente) passam de geração para geração. É quase como um segredo fechado num cofre a sete chaves bem difícil de igualar esta arte da culinária.
Os dois membros do grupo floclórico da freguesia das "Doze Ribeiras"
Depois foi a música para quem quisesse dançar, e não foram poucos que rodopiavam na pista de dança, ao som de DJ Slider. Há quem afirme que a gente da Terceira é bem divertida e foliões e nisso concordamos plenamente. Não há quem os iguale pois conhecemos bem a Ilha Terceira, as suas gentes, e onde tivemos já várias vezes tanto em serviço como de reunião familiar e é sempre com tristeza quando temos que regressar a casa pois em cada terceirense tem-se um amigo para a vida.
Ao fechar esta nossa reportagem deixamos os nossos agradecimentos aos directores e a todos elementos deste popular clube da nossa comunidade e a todas aquelas senhoras voluntárias na cozinha que são, já várias vezes frisámos nas nossas reportagens destas festas de culinária regional, a espinha dorsal de todas estes eventos, na preparação das refeições. Sem elas, estas senhoras, espalhadas pelos nossos clubes e associações, Bandas Filarmónicas e Irmandades, não teríamos, podem crer, estas festas que nos habituámos. Para todas elas aqui deixamos o nosso muito obrigado.
Pessoal voluntário que serviu a gastronomia de matança
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